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1. |
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Foca o propósito lógico que te faz sentir que tudo é ilógico.
O mundo. O sonho. O ser. O mundo.
Daí sonhei, tirei as cores,
do arco-íris dos louvores
dai sonhei sem dissabores
da terra todos os esplendores.
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2. |
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Vou a tempo de voltar pra partir de novo
Rumo a uma liberdade que tirei d’um sonho
Somos pintores, dispomos de paleta
Só que nela falta luz, pró planeta (Somos tinta)
Direcionados numa órbita inquieta
Alucinados pelo poder da moeda
Bloqueados com um poder que segrega
Asfixiados com informação que cega
Torturados num hospício que celebra
Agrilhoados por pensamentos de pedra
Inundados de corações onde impera
Todo o ódio e no fim nós somos merda
E a perda magoa e sentimos que a vida atraiçoa
Porque vemos só o físico e o físico não voa
Sem as asas nunca nada plana
E as asas são estados de espírito que a natureza imana
Só na alma reside a capacidade de viver
Os sentidos são assentes na visão do crer
E no aceitar como é o local que se vê
Que se está, que se sê, pra se ser e então crê, que
Tudo o que é, é, como é lógico
E o que tiver de ser, molda-se em função do propósito
O sol é base que acalenta, desperta
Volta o teu interior pró exterior, descoberta
Sente a vibração e a explosão
A naturalidade da vivência
Sente o amor e união
O perfeito que ignoram à nascença (de adulto)
Sejamos luz, o que vai é o que vem renovado
o que recebemos é reflexo do que foi emanado
Sejamos luz, se só sol está a florir a iluminar
se só vida somos propósito a continuar
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3. |
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Dói-me o peito.
Aperto o sufoco contra a noção
dei-te o palco, onde eu era figurino e tu realeza num cadeirão.
Agora fico ao relento e no chão
e em descontração estás na casa que te criei com sonhos e ilusão.
- “Não chores mais!” – Não chores mais? Gritam-me e nunca me viram a
fazê-lo,
muito menos a dizê-lo, talvez seja o semblante carregado, destroçado, desprezado pelo excesso de zelo.
E atropelo a consciência que me leva a pensar se compensa
que me leva a sentir indiferença,
mas indiferença não se sente nota-se ausência.
Não importa(?), eu sei que não
de caminhos diferentes surge a incompreensão.
Onde vão?
São ninguém. Conheci em lugar nenhum de onde nem sequer lembrei,
mas aqui cheguei, à vida de seres sem rosto. Tento mas no fundo nunca sei
se tentei o suficiente, mas o lembre-te
que colei no quadros dos recados ainda se mantém com o:
AMO-TE.
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4. |
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(então)
vivemos numa redoma que nos aprisiona
que subtrai a soma de sermos mais
num estado de coma sem a cama redonda
com limites quadrados dos quadros mais puros e iguais
já não chega o simples, o imenso belo de partilha
e zelo no brilho que nos espelha em vitrais
o labirinto é emaranhado nos estados quotidianos
de sermos mais que humanos e se sais cais
mas a queda é provocada pela mente fechada
que não reflete calma e atraiçoa a paz da plenitude
se dás o peito em vez da cara, para espetarem a faca
em vez d’uma chapada dada em tom de humildade (na longitude?)
só se atiram pedras que nem para construção dá
d’um castelo além fronteiras no horizonte e a
estrada sem barreiras é só uma imagem vã
do constante cataclismo e longe está a gente sã
Refrão:
Então condenem-me por sorrir,
se tudo isto não chega e tudo o que eu faço é só pra progredir.
Então condenem-me por sorrir,
se tudo isto não chega e vivem a insistir em me denegrir.
Então condenem-me por sorrir,
fiz a limpeza do espaço já não estou baço e posso refletir.
Então condenem-me por sorrir,
estou consciente que o espírito não sofre quando o físico permitir.
quanto mais poder mais distantes
quanto mais nos quereres incessantes
anexamos materiais numa bagagem para gigantes
(temos o) quanto mais próprio pior
numa comunidade em redor
que só roda na frustração e só intensifica a dor
quanto mais ter mais querer
menos saber mais ofender
quanto mais poder pra prender
mais prisão se está a receber
quanto mais do menos preciso insistimos fazer
sem termos de fazer
é clara a cultura do medo que nos fecha e nos faz esmorecer
e por isso ao morrer antes incompreendido do que infeliz
e por isso ao amanhecer olho o sol, minha diretriz
o espelho é sempre gentil quando sorris num tom de olá
e por isso percebe a unicidade de uma vez por todas e vive-a cá
Refrão:
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5. |
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O Castelo
lá no alto impenetrável. Saudosa a mirada
que lhe dei ao amanhecer.
No Castelo onde a deixei de porta fechada
com a chave no seu busto,
para quando quisesse escapar.
É alto e esgrime, o guardião do Castelo.
É alta e íngreme a chegada até lá.
_
Desloco-me em velocidade de falcão,
atirando-me a pique para a chegada triunfal.
Desloco-me em viagem de conexão
para vida; de existência acima de compreensão.
Vi-a com longevidade - tenho certeza - foge-me com a idade;
aproximo-me então,
atenção focada e lanço-a ao nada.
GRANDE grande GRANDE.
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É regresso em tom de continuação.
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Deixo o propósito cumprir-se, se for ele enquanto divago,
na estrada que existe sem forma visível
e me desfaço na claridade.
Espaço sem nomes, datas ou feras.
Espaço composto por Eras e Eras.
Cerco-me do nada mais preenchido possível,
na forma incrível de olhar sem ver.
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Seja sempre o que sempre foi
a condução ao que já fui. Seja sempre
porque nunca se será o que se quer ser. Apenas
se é, o que se deve ser,
e deve-se ser o que se deve ser. (que) Se seja.
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6. |
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Vem. Dá-me a mão. Vê o sol na escuridão -
o reflexo imitido pelas estrelas - sempre há continuação.
Vem. Dá-me a mão. Vê o sonho descoberto
à descoberta da compreensão; sempre n’aproximação.
Vem. Dá-me a mão. Sente a alma predilecta
ausente da solidão; muito mais do que paixão.
Vem. Dá-me a mão. Simplesmente. Dá-me a mão.
Vem. Dá-me a mão.
Desço vale a baixo contigo - és segura no meu divagar -
a memória nada conta, tudo é presente e prosperar.
Sinto a chuva pelo rosto sem tormento em alcansar(-te),
sigo mundo à tua busca, numa ânsia de honrar(-te).
Abraçar-te. Sentir-te em beijo. Tocar-te;
num húmilde desejo relaxar-te. É vida, é estar, é arte.
É amor.
Sem cansaço, porque és vida e vida é viva à parte.
Sem desgaste, porque és todo sem a parte,
porque a parte que eu sou, é o que tu és, e não se parte.
E não separa, se tudo na vida se equipara
não entendo a razão que não repara que amor não queima, só sara.
Repara.
Sem limite, porque o expânsivo trancado desanima,
frustra, alucina. Livre ensina e fascina. Imagina.
Imagina.
Vem. Dá-me a mão.
Havemos de nos encontrar às portas do arco-íris
quando for lua e noite e verão e tudo.
Havemos de ver o brilho do rosto iluminado
sobre a superfície d’um rio sem fundo.
E eu
hei-de lá estar, pra te abraçar
pra nunca te deixar cair nem desanimar.
Porque eu,
hei-de lá estar, para te amar
porque nunca no sonho se acorda sem antes o sonho acabar.
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7. |
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A linha do horizonte, longínqua, bela. Brilhante,
é a aura que cobre o mundo sem sonho da realidade nunca estanque.
Ausência de ego é valor que te tira a noção de cor,
porque o ser é ser e indiferente é o aspecto. A crença no amor
é baseada na ausência da dor, física, porque o mental é superior
na mística do crescimento ao sabor da intrínseca base da consciência.
Cai a omnipotência, fica a omnipresença
do sorriso que é brilho, a voz sem sarilho, do abraço de agrado. O caminho
nunca é feito sozinho. Somos fruto de influência,
matéria que se molda em base de estímulos naturais ou sem natureza.
Somos morte e criação, somos senão mais do que tudo
o composto completo aglomerado capaz de extermínio. Livre arbítrio imundo.
“Nada existe em si e por si só”. Do permanente só o impermanente.
Somos matéria a que damos nomes pra nos entendermos em planos disformes. A mente, clara, concisa, coesa - com base no silêncio
a paz é certeza.
Cultura do medo que se implanta em corpos onde o espírito tem trancas,
são quases e fases com frases sem bases. São quadros sem cor
só traços e borratados.
Tudo o que limita é sofrimento. A crença do vento dá-te abarcamento
sem apego. Que te faz ter nada que é tudo,
somos partículas de completude do imenso. Divagar, voar por extenso
é crer, é ser, é poder, é fazer.
O dar sem receber em prática é honrar o viver.
Somos reflexo, e só uma coisa podemos esperar,
da mostra clara de exemplo que temos ser e passar a espelhar.
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Tudo existe por um motivo. Tudo o que compõe é essencial, fazendo parte do caminho de crescimento/aprendizagem. Surge o sonho como resposta e esclarecimento do existir; surge o ser como noção e presença; existe o mundo no mundo e o seu revigorar.
A viagem do mundo, no mundo, em direcção a um futuro menos mundano.
E assim surge 'O mundo. O sonho. O ser. O mundo.'; uma viagem! (porque), Se do sonho surge a realidade, só a realidade sonhada pode ser resposta.
É música de escutar, não de ouvir. É sentido de conversa com melodias.
É um estar presente de observação, constatação; vida.
As variações melódicas são as mesmas que fazem a variação de assunto e automaticamente o seu encarar e sentir.
'O mundo. O sonho. O ser. O mundo' é encontro. É 'estrada que existe sem forma visivel' é 'o nada mais preenchido possível na forma incrivel de olhar sem ver'.
'O mundo. O sonho. O ser. O mundo' é divagação e estados de ligação. É ida, volta e continuar.
released May 11, 2013