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ORT​Ó​NIMO

by Diogo Divagações

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1.
É daqui que parte a conquista certa. É daqui que parte o que se educou sem meta. Vim de um Quarto Mental munido de Versos Clandestinos que sintonizaram o canal, numa escavação abismal a saída da depressão trouxe um Compêndio natural. Porventura genial cheguei com o abraço caloroso de uma Tribo onde me estruturei. Volume 1, Faxabor, recital de alento de acordar, constatar o esquema: fractal. Despreendimento musical sair por dentro da poesia num Pensar-me radical. E numa Aurora me acordei para ser o que sempre fui num Precipício que edifiquei. Sem tempo – a eSÊncia que colhi no sair daqui, o voltar a fugir de onde não escolhi ficar: o mundo sem sonho, o sonho sem ser o ser sem um mundo, o mundo a morrer. Decidi pairar e absorver observar o que da natureza há a compreender, até poder vir a dizer ‘Agora Sei’ que O Mundo. O Sonho. O Ser. O Mundo. é grande parte do que sonhei. Fiz-me em Regresso de Regresso à Madrugada de Luz abençoada numa estrada não identificada, mas estou seguro da caminhada porque isto é minha vida e eu não sei ser mais nada. Não preciso de abraços ou consentimentos. Não vivo para famas ou reconhecimentos. Vivo de sorrisos dados nos acontecimentos em que os ouvidos nos ligam os corações. Já fui Dig, Diogo Dias sempre puro nas criações. Nomes dados, mesma vida, as eternas Divagações.
2.
Foi dolorosa a queda, mas é agora a aprendizagem que me berra quando não vivo o processo que supera a dor que a memória encerra. São agora as cicatrizes não visíveis das quais fiz a minha armadura; delas o figurino perfeito que me eleva a bravura. Do caminho de fronte a lonjura (num) ápice cristalino o sonhar. Castelo, muralhas, tormentas conquistadas no interior; meu despertar. Quando pensei que não tive tempo para pensar tudo surgiu em abraço, com a queda abençoada, o início da caminhada deu-se em instante de reparo e situar. A alvorada de sentidos que me iluminou o percurso outrora negro, é agora sol que raia na montanha ou na praia da cidade onde vivo natural. Sem segredo proclamo longa vida no eterno florir do pensamento que nos una sem o medo antes da urna que nos feche e nos separe da criação de alcançar a libertação deste tempo. Elevo alento, voo sem pressa, contra a corrente o vento é meta. O alimento de ser-se atleta da vida pura é sorriso que não mancha nem murcha. Refrão: Desci as escadas da vida à pressa não tive sequer tempo para olhar, gastei a vida numa prece e o tempo deu-me a benesse de que o que importa é o continuar. Desci as escadas da vida à pressa do longe o sempre em concretizar, eterno horizonte que aparece de não miragem que fortalece o quadro em mundo e seu admirar. Não se chega à felicidade só a sorrir… Quando receberes o que vem só o que vier te responderá. Nunca a porta se fechou ao caudal que leva o puro e o astral – assim como estrela guia o brilho é imenso e presente. Renasce só uma vez, peço-te! Ainda é hora do voltar na ida. Ainda agora chora Fénix o explodir de si, nunca enraivecida, sempre enaltecida e só mais é seu brilhar. Nunca o sonho pode desvanecer. Nunca a vida é só o pouco que se possa aprender. Nunca nada é tão algo que se possa dizer. Nunca o nunca é nunca por tão sempre continuar a ser. Ó nós que nada somos. Ó voz que ficas em escombros. Ó vozes que perdeis os louros dos passeios sem rota por onde sós fomos numa outra vida torta. Numa outra vida que acorda dá-se um outro estado de existir: eé o longe daqui sem lugar, o coabitar mais pleno a brilhar n’O horizonte resgatar o luar - seu nascer de reinar o desnascer - prosperar. O amar em amor que não sofre - sofrimento é vagante. Ausência da posse: sorriso brilhante, peito aberto ao infinito. O distante é perto ao acreditar e repito: proclamo longa vida no eterno florir do pensamento que nos una sem o medo antes da urna que nos feche e nos separe da criação de alcançar a libertação deste tempo. Elevo alento, voo sem pressa, contra a corrente o vento é meta. O alimento de ser-se atleta da vida pura é sorriso que não mancha nem murcha. Refrão: Desci as escadas da vida à pressa não tive sequer tempo para olhar, gastei a vida numa prece e tive o tempo em benesse de que o que importa é o continuar. Desci as escadas da vida à pressa do longe o sempre em concretizar, eterno horizonte que aparece de não miragem que fortalece o quadro em mundo e seu admirar.
3.
Libertação 03:13
Desculpas não eliminam o sucedido São só o pesar de um ser outrora adormecido E se te vires constantemente sozinho É a solidão a chamar-te vizinho 1º verso Fiz-me a par e passo, do passo dado quando por ti passei (Eu queria ter ficado) mas o futuro é passado onde errei É fardo pesado que não se pesa e talvez se Agora Sei Foi por tanto me ter destruído nas paredes que tanto ignorei Mas histórias são histórias irrepetíveis, intransmissíveis Quando as lágrimas escorrem por dentro imperceptíveis, inteligíveis. Já não se chama desilusão, estou consciente dessa parte, Que a ilusão é pessoal e só vitimiza uma vida sem arte. Esqueci-me na parte do todo, fiquei à parte por ti Fiquei em parte partido, perdido, e só sem ti. Eu senti que só vi com os olhos claros sem medo No embalo do sonho acordado que me davas em segredo Mas agora é tarde e já não retrocedo Porque aceitar e deixar estar é viver honrando o zelo O tempo nunca espera e já não vou a tempo Porque a vida é galopante e eu sou um transeunte bêbado. Fui abalroado. Refrão: When you cross the way When you feel the truth Just walk away Cuz beliving is youth 2º verso Fica a história na memória que renasce e queima Um presente, repetido, sem futuro que moldei. Na bagagem já só fica o perfume de outra aragem: A rotina dos afastamentos que os meus sentimentos trazem. A rotina dos meus pensamentos, que com ou sem miragem, Dão alento à conquista d’outra margem, São o concreto motivo na certeza da mensagem Que no mundo o passo dado é triunfar sem vassalagem. E à procura vou na descoberta do sonho Que mesmo quando chove o sol pode ser risonho; E é só um momento em que me despeço da solidão: Não se escolhe o que se sente mas como pesa a sensação.
4.
Homónimo 03:42
Verso 1: Não foi com ópio foi com LSD e DMT que a não companhia fez amigos no imaginário da real/ vivência na total cadência de sopros da demência transformada – salvação sem penitência. Agora, só whisky e cigarros - já longe vão os charros - velocidades nesses tráfegos humanos, desses tráficos alheios ficam danos… E já são anos de meditação exterior, eu já não paro a sentir o dissabor: o calor ocular na tentação da dor. Libertação é esplendor de observar; Conexão é superior ao pairar; Ambivalência é o constrangedor olhar; E ficar longe é perto espaço de levitar. Soam os sinos em metrónomo com o gongo a solar sou autónomo, não autómato, cortei os fios – estou a voar… Ponte: Tudo agora é mais claro, porque tudo vem no momento exacto – talvez. (x2) Verso 2: E tu vês, quanto tempo passou? Foi algum porque já tudo o vento levou Esta é a minha vida agora, tu não viste a que eu tinha antes Não tenho tempo que sobre, procura-me em estantes. Fiz-me de Regressos contrabalançados Anestesiar pecados e a embalar passados, Amparar-me já sem braços, destroçados Os olhos com que colori tantos espaços, São só pedaços... que valem o que valem Porque valor não tem preço e os que pedem nunca fazem. E os adereços do percurso só fixaram a coragem: Morte ou felicidade? Decidir findou a miragem. Refrão: Não se chega à luz a ignorar a escuridão. Não se chega à amizade sem lidar com a solidão. Não se chega à felicidade a ignorar a frustração. Não se chega à paz sem lidar com a confusão. Verso 3: Porque positividade é estado alado da verdade, É estar do lado da vontade de colorir a realidade. Sentir é partir a idade, no continuar da inocência Chegar a velho mais tarde é preservar a irreverência. São as escolhas que alimentam o processo e o sucesso São os medos em excesso que dilaceram o progresso. E se a luta não compensa então pensa noutra acção Torna prática uma vida que foi dada e tens na mão; Porque és vítima e salvador de ti mesmo E os frutos do semeados são colhidos a seu tempo. Este foi o brinde feito a vida, com o cálice d’amor, E ela deu-se-me com esposa no mais puro esplendor. Já são dez anos passados desde o quarto mental A felicidade é indescritível por estar longe do funeral. De divagar tornei-me eu mesmo, noctívago habitual Que mata a vida maré estanque e parte em rota sensorial.
5.
A chegada é um ponto, à partida - portanto - proponho que no entanto só se viva. Esclarece a retina e esmorece a rotina Este contraponto é dinâmica para a vida. Se a mágoa não perdoa e a noção foi embora Dá silêncio ao coração pra se manifestar. E se for até à voz que doa num toque de coração que chora Sabes que o caminho é recomeçar. Quantas vezes ausente pra voltar a estar aqui(?), Nunca me foi indiferente aceitar o que antevi E se agora consciente não foi a fugir do que senti E se o agora é sempre o meu futuro é aqui. O tempo só atrasa quando não tem de passar Por isto disseram-me abranda, mas tive de acelerar Porque quem rápido mais tem de se acordar E constatar a pureza com o seu olhar Refrão: when you’re feeling so alone you just need to feel stronger you are capable of shining again a live a better tomorrow
6.
Recomeço 03:30
Desta forma divagante sou figura outorgante que prefere o lado de cá. Desta forma deslumbrante sou contrabalanço errante que do inferno safei com um ‘volto já’. Se escolhesse e estivesse certo à partida Não teria o prémio máximo da vida: Que é da falha que ensina quando a vida só fascina ter o mote que motiva o sempre ser acessível. Refrão: Sai… Sai de ti… Sai… Sai de ti Não se escolhe o que se sente mas como pesa a sensação Ser-se vitima do tempo é anteceder o futuro (ou) carregar o passado – logo aumentar a confusão. Teorizar a emoção ou discernir pra multidão A forma de todo o mundo agir é agilizar a prisão. Estou com ar na mão a ver a terra a existir Em forma de algodão, leve pra poder seguir, Através da razão que nos faz assumir A consciência da noção do desnascer para evoluir. Sou do mundo ao contrário, arbitrário, De dentro pra fora dá-se a mudança, nunca ao contrário. Sou crente num coabitar coerente, Fora dos desígnios malignos da mente. Sou intenso e paciente, claro e contente, Mas desgasta-me a vida dos que a vivem finitamente: (presos) Num misto de sabedoria com derrotismo, dum abraço à monocromia ao fazer crescer o abismo, Numa morte invisível captada no fim do sismo, Duma falha não querida que aumenta a certeza do risco. Tempo é só tempo que passa a passar. Passado é passado não queiras lá voltar. (x2) O meu presente varia onde o sofrer é companhia de ensino e longe vai o desatino. É o ver pra viver, o viver pra sentir O sentir para conseguir um sorriso de agir. É o agir pra ficar num mundo que adoro adorar Sou apaixonado por amar há quem chame vício, E se nada disto chegar sei que me posso afagar Na certeza de recomeçar e tudo é sempre um início. Refrão: Sai… Sai de ti… Sai de ti Que se o tempo não se alonga A saudade é quem apregoa E se te sentes à toa, sai… Sai de ti.
7.
Eu queria fazer música de merda(!), mas à vaidade que a suporta dou-lhe nega. Sei que o ridículo é rampa de descolagem para a meta; mas a felicidade sendo caminho não me interessa quando cessa. Eu querida fazer música de merda(!), tinha dinheiro e exposição na terra mas toda a música que faço é quando sinto e quando escrevo o sublime é amigo e não definho. Por isso não faço música de merda, talvez de guerra pacifista que liberta, talvez de nadas e conceitos que interessam e como tal a exposição não se apressa. E não interessa que se apresse, quem conversa não anseia, quem busca só semeia, e o intuito é alcançar: não um palco, mas ouvidos com corações; não o alto, mas o íntimo no que toca a sensações; não um galo que só canta por manifestações – prefiro ser nato aficionado que do silêncio tira conclusões. Eu podia ter uma vida de merda(!), mas o compromisso d’honra não me leva a ir contra a honra que não sendo cega é crua quando verdadeira na arte a que se entrega. E não quero fazer arte de merda(!), sendo isso indiferente a quem celebra com a ignorância que nos cerca pela inércia. Apatia em cegueira que se intensifica e não permite ver que a vida não é finita: se há mar e mar, ir e voltar só sei e quero saber das voltas do continuar. Só sei e quero entender as formas de coabitar. Só sei que o eterno é perto espaço de levitar. Saio d’órbita atinjo picos sem rumo, mas perder-me é achar caminho por entre nevoeiro ou fumo. Significa que quer chova ou faça sol tenho um dó no alento e um lá sem anzol. Só me prendo na descolagem do voltar a ir, sendo isso sempre o eterno de prosseguir na passagem do vento que desperta a outra margem, e se do nada nasce tudo o infinito não é miragem. Por isto não faço uma vida de merda(!), porque são os deuses que me agarram na artéria da voz, são os pesos que ficaram no passado a sós são agora os ‘sempre’ que ouço no ligar do nós. ‘’Nada existe em si e por si só’’. A eternidade é sobriedade: sobre a idade a não saudade, sobre a metade só o completo, sobre o alimento o sentir-me desperto sobretudo quando saiu do sonho. Antes demorar muito por ser integro do que rapidamente por me ter exposto ao ridículo.

about

A vida é uma escalada de montanha, à cintura está presa uma rede de trapezista – que é um trampolim – para que a cada queda exista a protecção e automaticamente o impulsionar para o retomar da escalada, um pouco mais acima. O voltar atrás não é possível se para a frente é que se faz o caminho.
A montanha é figurativa, por vezes.

Ortónimo prima pela apresentação e conclusão das divagações dos primeiros dez anos vividos desde a primeira letra escrita para o formato música. É também a apresentação do Divagações enquanto Diogo criador, apresentando a mudança, ao longo dos dez anos, dos nomes que vêm compondo a exposição.

O tempo, nunca desnorteado mas provocador de desnorteio, é o foco, o mote, o pilar. A base de constatação.
O amor é alento(!), motor principal da claridade possível de viver intensamente, pois como Florebal expressou: ‘‘…E outro clarão, ao longe, já desponta!”.
A dor – inerente – não só pelo peso das palavras, mas pelo peso das decisões de caminho na escalada, é o apaziguador, o metrónomo de amor-ódio que faz serenar.
A professora vida, mostra-se presente, expressando a existência da impossibilidade de indiferença, relativamente a ela, assim como a cada componente singular no seu expoente máximo.

Ortónimo é primeira pessoa, terceira pessoa, múltipla pessoa no infinito universo pessoal da criação.
Ortónimo é(!), Diogo com Dias de Divagações num Dig que através do tempo, viveu alento num amar que sofre, mas sempre ama amar.

Que os ouvidos nos liguem os corações.

credits

released May 4, 2016

Todas os textos escritos por Diogo Divagações.

Vozes de Diogo Divagações e refrão do tema Homónimo gravados na ETIC por João Mexia e Daniel de Paula.

Comunicado ou A Fama e refrões da Libertação, Retrospectiva de avanço e Recomeço gravados no Caos Armado por Daniel Valente.

Refrão da Desci as escadas gravado na Sine Factory por Michael Ferreira.

Todo o disco misturado e masterizado por Michael Ferreira em Sine Factory.
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Se eu soubesse (d’outra forma) Produzido por Mcf

Desci as escadas Produzido por Madrak, Participação Vanessa Marques

Libertação Produzido por Madrak, Participação Jou Maia

Homónimo Produzido por DarkSunn, Participação Ana Semedo

Retrospectiva de avanço Produzido por MCF, Participação Lia Castro

Recomeço Produzido por Sickonce, Participação Pedro Piaf

Comunicado ou A Fama
Base electrónica por Simão Valinho, bandolim por Aleksandar Caric Zar, flauta transversal por Sara Silva

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about

Diogo Divagações Santa Maria Da Feira, Portugal

Artista multidisciplinar com foco predominante na poesia, tem marcado a sua trajetória desde 2009 com a publicação de dois livros e sua participação em diversos projetos musicais. Destaca-se o trabalho com La Fura del Baus e a recente representação de Portugal no Spoken Word Festival em Varsóvia. ... more

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