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Comunicado ou A Fama

from ORT​Ó​NIMO by Diogo Divagações

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lyrics

Eu queria fazer música de merda(!),
mas à vaidade que a suporta dou-lhe nega.
Sei que o ridículo é rampa de descolagem para a meta;
mas a felicidade sendo caminho não me interessa quando cessa.

Eu querida fazer música de merda(!),
tinha dinheiro e exposição na terra
mas toda a música que faço é quando sinto
e quando escrevo o sublime é amigo e não definho.

Por isso não faço música de merda,
talvez de guerra pacifista que liberta,
talvez de nadas e conceitos que interessam
e como tal a exposição não se apressa.
E não interessa que se apresse, quem conversa não anseia,
quem busca só semeia,
e o intuito é alcançar: não um palco,
mas ouvidos com corações; não o alto,
mas o íntimo no que toca a sensações; não um galo
que só canta por manifestações –
prefiro ser nato aficionado que do silêncio tira conclusões.

Eu podia ter uma vida de merda(!),
mas o compromisso d’honra não me leva
a ir contra a honra que não sendo cega
é crua quando verdadeira na arte a que se entrega.

E não quero fazer arte de merda(!),
sendo isso indiferente a quem celebra
com a ignorância que nos cerca
pela inércia.
Apatia em cegueira que se intensifica
e não permite ver que a vida não é finita:
se há mar e mar, ir e voltar
só sei e quero saber das voltas do continuar.
Só sei e quero entender as formas de coabitar.
Só sei que o eterno é perto espaço de levitar.

Saio d’órbita
atinjo picos sem rumo, mas perder-me é achar caminho
por entre nevoeiro ou fumo.
Significa que quer chova ou faça sol
tenho um dó no alento e um lá sem anzol.

Só me prendo na descolagem do voltar a ir,
sendo isso sempre o eterno de prosseguir
na passagem do vento que desperta a outra margem,
e se do nada nasce tudo o infinito não é miragem.

Por isto não faço uma vida de merda(!),
porque são os deuses que me agarram na artéria
da voz,
são os pesos que ficaram no passado a sós
são agora os ‘sempre’ que ouço no ligar do nós.

‘’Nada existe em si e por si só’’.

A eternidade é sobriedade:
sobre a idade a não saudade,
sobre a metade só o completo,
sobre o alimento o sentir-me desperto
sobretudo quando saiu do sonho.


Antes demorar muito por ser integro
do que rapidamente por me ter exposto ao ridículo.

credits

from ORT​Ó​NIMO, released May 4, 2016
Base electrónica por Simão Valinho, Bandolim por Aleksandar Caric Zar e Flauta transversal por Sara Silva.

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about

Diogo Divagações Santa Maria Da Feira, Portugal

Artista multidisciplinar com foco predominante na poesia, tem marcado a sua trajetória desde 2009 com a publicação de dois livros e sua participação em diversos projetos musicais. Destaca-se o trabalho com La Fura del Baus e a recente representação de Portugal no Spoken Word Festival em Varsóvia. ... more

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